YES, WE CAN! WE CAN WHAT MR BARACK?

Fazem meses ensaio uma nova reflexão para esse meu abandonado blog. Alguns sabichoẽs da grande mídia e do ciberespaço prontamente dirão tratar-se de culto ao amador, de conteúdo não confiável, ou cousa que o valha. Eu, de cá, digo: apenas a opinião indignada de mais um blogueiro. Viva a blogosfera. Abaixo os perfis falsos e controlados sorrateira e maliciosamente.

Ouço I am Bad de Bo Diddley, indignado com os abusos com aquilo que Chomsky denomina de Estados fracasssados e com o que são  capazes de fazer covardemente usando a esfinge de instituições que deveriam ser efetivamente globais e multilaterais como a ONU. Sobretudo, porque hoje um desses Estados é dirigido por um presidente negro que certamente tanto deve ao bom e velho blues do mississipi.

O problema, incauto leitores, é que dessa feita a covardia e demonstração de força teve lugar nas ruas de Brasília, capital dessa complexa nação multicultural que se quer soberana. Até tuitei ontem dizendo que a presidenta Dilma havia discursado de forma bela e soberana durante a cerimônia de recepção e boas vindas em meio a assinatura de acordos com os EUA na visita do primeiro presidente negro estadunidense. Que a história comprove que não estava enganado.

Nessa mesma cerimônia, alguns fatos, rumores, imagens e grunidos como queria e ainda quer Saramago, causaram indignação e repúdio de muitos brasucas. Podemos citar:

• A prepotencia de sempre e o forte aparato, parecendo insistir na tola demonstração de força que vietnamitas, afegãos, iraquianos, líbios e outros conhecem bem;
• Protocolos cerimoniais e de segurança, que caso necessários, também contribuem para alimentar sentimentos de repúdio e cautela na relação com os norte americanos. Afinal, são muitos os fatos e os exemplos de não reciprocidade com brasileiros e hispanos quando em solo americano.

Apesar de toda pompa e circunstância midiática, principalmente por parte da Vênus platinada, é sempre bom refrescar memórias que insistem amnéticas para alguns acontecimentos recentes. Por exemplo; dessa feita, o presidente negro que lembrava Orfeu, visitava uma comunidade brasileira em meio a crianças e adolescentes “felizes” enquanto os mísseis da coalizão do atlântico norte caiam sobre cabeças de líbios. Isso já aconteceu outras vezes. Lembram-se?

Pior, com todo o aparato comunicacional e bélico trazido ao Brasil, infelizmente emblemáticamente baseado na gávea, sede do clube mais popular dessa terra, onde siquer sua presidenta pode ser recebida como se deve e teve de entregar uma camisa do clube, quase como penetra em sua própria casa, causa indignação mesmo em um vascaino.

Lembro, caros leitores, os tratados anunciados, embora celebrados e discursados como uma nova fase nas relações entre as duas nações, significam:

• Americanos novamente na barreira do inferno
• Tentativa de impedir avanços importantes nos debates em torno da lei de direito autorais;
• Imposição de modelos arcaicos que muito interessam a cultura de massa americana aos brasileiros, etc.

Tomara que a história próxima faça ver que estou engandoa. Sinceramente, não creio.

Pelo menos que brasileiros não sejam impedidos de trabalhar e pesquisar em Alcântara; tomara que os foguetes SACI voltem a subir; oxalá continuemos avançando nos debates sobre cultura e software livre; quebras de patentes, compartilhamento e colaboração de fato.

Senão presidenta, serei levado a crer que soberania só em poesia, palavras e retóricas só não basta.

Pelo menos, a praça, Ahh a praça! Essa continuou do povo como o céu é do condor.

Salve a cinelandia. Salve os cariocas. Salve o Brasil!