QUANTO VALE UM GOL?

Fazem alguns dias ando matutando sobre esse texto. Não especularei sobre o preço do carro da wolks usado pelo pai do menino Robinho para levá-lo ao treino na baixada santista. Tampouco sobre preços de veículos automotivos que a cada dia mais velozes enchem ruas. O interesse é refletir sobre alguns temas complexos como: política, mídia, comunicação, estrelato, salários fabulosos, paixão e falta de respeito com a patuléia. No caminho, os senhores, senhouras e senhoritas que por aqui possam navegar, compreenderão esse incauto escrevedor.

Às vezes, gosto da aventura de escrevinhar umas crônicas sobre esses delicados, e por que não dizer, cabeludos temas, tratados aligeiradamente por jornalitas e articulistas a serviço da mídia pachorrenta que só conhece o Brazil (com z mesmo) a partir de Copacabana, do baixo Leblon, da Barra da Tijuca, da Avenida Paulista, dos Jardins paulicelianos, e, quando muito, das cercanias de grandes metrópoles.

Moçoilas, rapagões, articulistas e jornalistões que estão a serviço da midía grandona, pachorrenta, vai aqui uma sugestão: de quando em vez arrumem alguns leões de chácara, ou vistam uma peruca, ou quaisquer outro disfarce que possam garantir vos o anonimato e embrenhem-se Brasil adentro. Parem de ir só a festinhas chiques de debudantes deslumbradas ou de fazer shows pouco audíveis e ponham o pé na estrada. Tenham certeza, fará “mui bien” às vossas almas doces ninfas midiáticas. Aos mancebos rufiões televisivos, também digo o mesmo.

Deixemos as divagações midiáticas e voltemos ao violento esporte bretão. Por obra e graça do destino, assisto a copa pela segunda vez na Amazônia. Na primeira, aquela sem graça da Àsia, acabamos virando campeões. Nem a final assisti, mas lembro-me vagamente de um Brasil e Córeia do Sul acompanhado de uma gaiola subindo o Rio em direção a Belém e das imagens do capitão Cafú levantando o caneco.

Dessa vez, foi diferente. Instalado na floresta, quase um doutor mocorongo com muito orgulho, já não nutria esperanças nessa seleção desde o Seregy. È que meu consultor para assuntos de futebol, Edmilson Bigodim, vaticinou, numa ligação cara da vivo: “Se Robinho, Kaká e mais uns dois lá resolverem jogar, podemo até ganhar”! Daí em diante, após assitir alguns jogos e ver Robinho ficar no banc o contra Portugal por perigo de gol, lembrei-me de quando Reinaldo era expulso do galo mineiro pelo mesmo motivo, então compreendi haver algo errado no reino encantado do futebol midiático das marcas globais.

Pergunto novamente: Quanto vale um gol? Vai saber. Inda mais quando os jogadores perdem em condições quse, prá não dizer suspeitas. Em tempos de jogadores rufiões que maltratam maria chuteiras a ponto de enchê-las de pancadas e até de cometer barbaridades outras. O que é isso? Que mundo cão! Penso que até os ladrôes de sonhos da crônica anterior estão estarrecidos.

Já escrevi sobre futebol e chocolate, quando em Irecê-BA vi o meu time da Faixa de gaza e Romário em plena forma, darem um chocolate no flamengo. Também sobre futebol e reforma tributária quando propus o ICJV – imposto sobre circulação de jogador vagabundo, àqueles que não honram a camisa, por exemplo, são vagabundos, no pior sentido do vocábulo. Só espero não ter que escrever uma novela dramática e cruel chamada: O corno e a Maria Chuteira. Tomara! Mas a impressão é que ela já está nas páginas policiais dos jornalões.

Mas, falemos de coisas amenas e boas, gostei hoje de ver o presidente operário com seu carisma e inteligência discursar meio de improviso na apresentação da logo da copa 2014, citou grandes craques como Cafu, Bebeto, Platini, Romário e disse que os gastos para construção dos estádios e da infra-estrutura da copa do Brasil poderão ser fiscalizados on-line. Tomara mesmo. Espero que essa dinheirama toda sirva para derrubar muros vergonhossos, como o que esconde a favela que fica à esquerda de quem sai do Aeroporto 2 de julho em Lauro de Freitas em direção a Salvador, e, contribua para que tenhamos melhor infra-estrutura nas escolas, mais jovens praticando esportes e que não deixem cidades de lata como ocorreu na Cidade do Cabo. Esse povo merece!

Desintalei esse texto quase em Itaituba-PA, margem esquerda do Tapajós, rio caudaloso por onde navegam os povos da floresta para quem vim trabalhar, percebi aqui cidades com problemas, mas terra de um povo acolhedor e amigo. Terra do ouro, quase todo roubado, mas ainda sobrou algum, fui até presenteado por uma das turmas com um pingente, não uso adornos tão preciosos, mas guardarei-no com muito carinho. Aos políticos e empresários brazucas recomendo não continuarem expoliando e entregando essa nação como, tive a nítida impressão de terem feito com a seleção de 2010, esse povo não merece isso.

Restaurante bom paladar, margem esquerda Tapajós, Julho 2010 a 03 dias da final da copa 2010.

p.s. Esse texto não passou por correção ortográfica.

SOBRE O AUTOR

DORIEDISON ALMEIRA
Prof. Dr.- Universidade Federal do Oeste do Pará.

2 comentários:

Anônimo disse...

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